Às 21,13 de Felix Cucurull
Um livro que começa pelo final. O personagem suicida-se. Depois na primeira pessoa vai-nos contar o que foi a sua vida, o que levou àquele acto final (pareceu-me um bocadinho previsível e não gostei tanto deste livro como do que li antes, de Tibor Déry).
"Estava muito escuro. Teve de acender um fósforo para poder as horas. Lançou um olhar em volta: o local que escolhera era totalmente deserto. Só tinha que se deitar; deitar-se e esperar. Sabia o horário. Às 21,13 passaria um comboio. Avançou uns metros... Deitar-se-ia ali, logo a seguir ao sítio onde a linha faz uma curva, o pescoço sobre os carris. De olhos bem fechados, já não precisaria de se esforçar mais. O encarregado da execução seria o maquinista. Deu mais uns passos. Debaixo dos seus pés as travessas começavam a trepidar. Sentiu um arrepio. Talvez...Ainda estava a tempo de voltar atrás. Mas continuar a viver ainda lhe produzia mais pavor. Dobrou as pernas e estendeu as mãos... Enquanto se arrastava, as pedras e os desperdícios de antracite maceravam-lhe os joelhos. Rasgou as palmas das mãos. Completamente estendido, sentiu no pescoço e na barba o frio do aço. Um ruído atroador ensurdeceu-o e fê-lo crispar os dedos sobre a cabeça; ficou, porém, compensado com um eterno silêncio."
Felix Cucurull: escritor e político da Catalunha, Espanha. Nasceu em 1919 e morreu a 4 de Fevereiro de 1996.
Li um dele há muitos anos, também na colecção Miniatura...
ResponderEliminarChamava-se "O último combate" e ainda o tenho! Fui ver à estante e lá estava...beijinhos
ResponderEliminarEsse não tenho.
EliminarDos livros que consegui arranjar desta colecção para já o que gostei mais foi o de Tibor Déry e é deste autor que quero encontrar mais livros.
Confesso que não conheço o autor... mas o livro, parece-me de leitura empolgante...
ResponderEliminarBeijinhos! Bom fim de semana!
Ana
Gostei mais do livro de Tibor Déry
EliminarObrigada, bom fim-de-semana também
e um beijinho